terça-feira, 31 de julho de 2012 0 comentários

The Sound Of Silence


    O silêncio cresce como câncer. Me calei.
   (...) Senti o aperto de dois nós, um na garganta e um no coração. Me perdi em mim mesma. Fui escrever. É mais fácil para mim escrever quando me perco, me encontro melhor em meio a palavras.
 "Hello darkness, my old friend. I've come to talk with you again..." são os versos que vagam emaranhados entre meus pensamentos confusos e distantes enquanto eu procuro as melhores frases na minha bagunça sentimental.
  Deitada, abraço o caderno de folhas rabiscadas com versos vagos, incomplementáveis se postos juntos. As palavras que faziam todo sentido antes de eu pegar a caneta agora já não fazem sentido algum e eu odeio quando isso acontece, confesso. É como se eu não soubesse usar a minha válvula de escape... Impotência. Impotência diante de mim mesma, perda de controle próprio, confusão.
  Vou dormir. Odeio não conseguir dormir, odeio fechar os olhos e não conseguir pegar no sono. Impotência de novo. Fico parada, olhando o teto e suas formas sombrias que se mostram durante a madrugada, seria assustador se eu pudesse me concentrar nisso, mas não, fico inerte e sem montar qualquer tipo de pensamento linear. Ouço o som tocar, o som do silêncio.
  Ninguém ousou perturbar o som do silêncio.

terça-feira, 3 de julho de 2012 0 comentários

Figuras de Linguagem do Amor



Toc-toc. Eis que alguém bate à porta de meu coração.
Quem seria a uma hora dessas? Num clima desses? Seria alguém procurando abrigo?
O céu está apagado, cinza, triste, morto. Tudo parece triste.
Quem seria a essa hora?

Abri para alguém, alguém frágil apesar de aparentar certa força.
Alguém fortemente frágil, se é que isso é possível.
Tinha olhos grandes, negros e brilhantes, lindos olhos.
Deixei entrar. Abrigo, lhe ofereci.

E aquele alguém que até então era desconhecido, íntimo se tornou.
E meu coração que estava vazio tal como um palco de teatro quando a peça termina,
Agora tinha um espetáculo novo em cartaz.
Coração sortudo.

Boom! Foi como uma explosão e saiu de mim, o coração.
Agora colorido com cores cintilantes que cintilavam sem parar.
E até o céu que estava triste também pôs-se a cintilar. Colorido.
Doce aroma de sua voz.

Sinestesia. Meus sentidos confusos. Tato, olfato, paladar, todos juntos, embaralhados.
Antítese de amor. Dor de amor que não dói. Choro de felicidade.
Eufemismo. Não, o amor não é eufêmico. Amor é hipérbole, sempre.
Estou morrendo de amor.

Bang! Bang! Me acertou em cheio. Me acrescentou, me completou, me dominou.
Coração não consegue parar de sorrir, de orelha a orelha.
E agora bebe no mínimo um copo de amor por dia, cheio.
Coração habitado.

Figuras de amor. Amor seu.
 
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