domingo, 16 de dezembro de 2012
Passarinho
Sou passarinho
Não na condição que eu queria, é verdade
Mas ainda sou passarinho.
Nada de liberdade, nada de bater de asas;
Só gaiola, alpiste e melancolia.
Na minha casa é proibido cantar,
Acho que sou barulhento demais para donos que gostam de silêncio.
Sou passarinho assim,
Às vezes sirvo para enfeitar, mostrar aos amigos deles
"Ei, olhe como meu passarinho é lindo."
Alimentam-me, é verdade
Porém não parecem me desejar, nada de afeto.
Dão-me alpiste como se ele suprisse tudo,
Dão me água e casa
Mas casa não é lar, acho que eles não sabem disso.
Gaiola não é abrigo, gaiola é prisão.
Eles dizem que é melhor para mim que seja assim,
Lá fora pode ser muito cruel,
Dizem que é para o meu bem.
Porém ninguém me perguntou o que eu quero,
O que afinal me faz bem
Mas só eu sei.
Oprimem o meu canto
Mesmo sabendo que eu, como passarinho que sou, devo cantar,
É de minha natureza.
Eu juro, um dia desses fujo da gaiola,
Voarei para onde eu quiser, no tempo que achar necessário.
Vou para todos os lugares que sempre quis,
Vou cantar dia e noite.
Vou ser livre, como todos os passarinhos devem ser.
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