domingo, 27 de maio de 2012
Bailarina
"Astronauta, diz pra mim: Cade você? Bailarina não consegue mais viver."
Como uma bailarina, com pés sempre no chão mas a cabeça lá no alto, vendo o que o mundo inteiro não queria ver. Os pés sustentavam, impediam de cair, davão firmeza e segurança mas ao mesmo tempo impediam de voar. Mas um dia eu me esqueci que tinha pés e descobri que eu não precisava estar sempre vendo tudo de baixo... E voei. Descobri também que na verdade eu sempre pude voar, mas me fizeram acreditar que não, para que eu não fugisse para lugar algum. Os pés estavam ali e eu devia decidir se os usaria para me firmar ao chão ou para me impulsionar em direção ao céu.
Tenho que dizer, ver o mundo de cima é incrível. É gostoso flutuar livremente por aí, sem preocupações, leve e livre como um passarinho. Aliás, deve ser por isso que um passarinho que é pego diretamente da natureza para viver em cativeiro geralmente morre ou fica tristonho demais; É porque ele já sentiu essa gostosa sensação de ter o mundo todo para si, para ser explorado por ele como bem entender. O passarinho morre de desgosto por saber que provavelmente nunca mais se sentirá daquele jeito novamente. Afinal de contas, o que é uma gaiola comparada a um céu inteiro?
E esse é o problema de se voar uma vez: A vontade que dá depois de nunca mais querer voltar ao chão, pois ele é sem graça demais se comparado ao que se tem lá em cima. Pois, bom mesmo é ser passarinho livre.
Voei quando te encontrei. E não, não quero voltar pro chão.
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