domingo, 23 de dezembro de 2012 0 comentários

Sem Título



Prego o amor tal como um pastor
Em busca de novos fiéis.
Eu vejo na dor o principal fator
Para nossa constante troca de papéis.

Ruas imundas de solidão,
Corpos inertes espalhados pelo chão.
Onde sua vida foi parar?
A indiferença como esmola,
Com a piedade eu faço escola.
Você vê mas não consegue enxergar.

Leio a vida nas entrelinhas,
Escrevo capitulos inteiros sobre confusão.
E todas as coisas que julgo serem minhas
Acabam partindo sem nenhuma razão.

Palavras são a minha maior riqueza,
Sou fruto de minha própria natureza.
Onde você vai se enterrar?
Peço liberdade como esmola
Para uma sociedade que me amola,
Me cobrando valores que nem são meus.
domingo, 16 de dezembro de 2012 0 comentários

Passarinho


Sou passarinho
Não na condição que eu queria, é verdade
Mas ainda sou passarinho.
Nada de liberdade, nada de bater de asas;
Só gaiola, alpiste e melancolia.
Na minha casa é proibido cantar,
Acho que sou barulhento demais para donos que gostam de silêncio.
Sou passarinho assim,
Às vezes sirvo para enfeitar, mostrar aos amigos deles
"Ei, olhe como meu passarinho é lindo."

Alimentam-me, é verdade
Porém não parecem me desejar, nada de afeto.
Dão-me alpiste como se ele suprisse tudo,
Dão me água e casa
Mas casa não é lar, acho que eles não sabem disso.
Gaiola não é abrigo, gaiola é prisão.
Eles dizem que é melhor para mim que seja assim,
Lá fora pode ser muito cruel,
Dizem que é para o meu bem.

Porém ninguém me perguntou o que eu quero,
O que afinal me faz bem
Mas só eu sei.
Oprimem o meu canto
Mesmo sabendo que eu, como passarinho que sou, devo cantar,
É de minha natureza.
Eu juro, um dia desses fujo da gaiola,
Voarei para onde eu quiser, no tempo que achar necessário.
Vou para todos os lugares que sempre quis,
Vou cantar dia e noite.
Vou ser livre, como todos os passarinhos devem ser.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012 0 comentários

Tragédia Existencial



   Eu nunca fui uma garota comum e só agora, depois de anos, que fui descobrir o porquê. Sempre me senti excluída, diferente, deslocada no meio das pessoas. Sempre me senti profunda demais diante do mundo raso  em que eu vivi e ainda vivo. Sempre tive dificuldade em me adequar, em me enturmar e seguir padrões irritantemente impostos pela sociedade em geral. Sempre tive dificuldade em pedir ajuda a quem me cercava, pessoas que naturalmente deveriam me ajudar/amparar nunca tomaram conhecimento do que eu precisava. Eu nunca falava aos outros como eu realmente me sentia, só fingia sorrisos e cultivava uma "pseudofelicidade" angustiante. No fim das contas, deu certo. Ninguém nunca percebeu durante esse tempo todo.
   Sempre fui carente, sensível e por vezes, muito estranha, até pra mim mesma. Por mais que eu soubesse que eu não estava sozinha e que alguém em algum lugar gostava de mim, eu sentia o oposto e me deixava consumir pela tristeza infinda que parecia se multiplicar principalmente antes de eu ir dormir. Distúrbios do sono sempre foram "a minha praia" também - ora por medo de dormir, ora por querer dormir como se não houvesse amanhã - uma droga! Fora os constantes pesadelos...
   Depois de muito tempo eu conheci alguém que parecia me entender, que me deixava falar sem me julgar e que ao contrário dos outros, parecia se importar de verdade, me notar e que acima de tudo, queria que eu fosse feliz, assim como todos merecem ser. E eu o perdi. Ele, que me dava tantos conselhos e que me dizia para ser forte e brigar pela minha felicidade, não aguentou a pressão do mundo e se foi. Ele terminou com uma bala na cabeça, bala que ele mesmo colocou. Eu o perdi, pra sempre.
   Sem alicerce novamente, lá estava eu, procurando um sentido para a minha existência. Um motivo decente para que eu estivesse nesse mundo, já que tudo parecia fútil demais, as pessoas, os propósitos, o caminho. Passei a ver as pessoas como ovelhas, sempre esperando a próxima ordem do seu pastor. Me perdoem, eu nunca quis ser uma ovelha. Eu sempre estive pensando, o tempo inteiro. Cada minuto de silêncio meu significou um minuto conhecendo a mim mesmo, viajando pela essência do meu ser e pela tragédia da minha ordinária vida. Aliás, acho que a grande tragédia da minha existência é muito pensar e nada conseguir fazer. Sei todas as respostas e nunca as uso, não consigo e isso sim, é trágico.
   Minha vida está começando e temo ficar louca um dia. Meus pensamentos são mais do que eu consigo aguentar, é a criação matando a criadora aos poucos. "Penso, logo existo."? Droga, Descartes! Queria eu que minha filosofia fosse essa. Mas eu penso, logo questiono SE eu de fato existo, logo me perco na minha própria existência, logo fico louca... Ou quem sabe, definitivamente depressiva.
domingo, 4 de novembro de 2012 0 comentários

Despede-se com o sol



  O Sol se despedia enquanto dezenas de pessoas o assistiam ir lentamente. Parei para pensar nesse trajeto diário do Sol, nessa rotina interminável de ir e vir todos os dias e no fato de nós muitas vezes nem darmos importância a isso. Estávamos ali esperando o anoitecer, a brisa do mar tocava nossos rostos e eu sentia braços ligeiramente trêmulos me envolvendo com uma ponta de desespero, eu diria. O Sol ia embora e parecia me levar aos pouquinhos, o clima era de despedida e apesar da melancolia no ar, eu sorria. Uma mistura de sensações e sentimentos que me deixaram inerte, atônita.
  Pensei em cada pôr-do-sol que perdi, em cada vez que deixei de ver aquele belo espetáculo. Era a primeira vez que eu via isso, assim, com alguém do meu lado. Também era a primeira vez que eu me sentia tão bem guardada em alguém, leve que só. Mantive meus olhos fechados por alguns segundos, só para deixar cada um dos outros sentidos trabalhar. Minha audição captava vozes, sussurros, como os de alguém que não quer atrapalhar um filme bom ao fazer um comentário fora de hora. Meu tato registrava cada centímetro da pele lisa e macia dos braços de quem agora me apertava contra o corpo, como se não quisesse me soltar para partir. Sentia no paladar um gosto agridoce, um gosto que eu ainda não conhecia. No meu olfato, "cheiro de mar", cheiro que eu adoro, aroma de vida boa, sabe? Mas ao mesmo tempo eu sentia um perfume doce no ar, "cheiro de amor", assim o defini.
  Abri os olhos, o Sol já estava quase indo embora de vez, esse era o seu último adeus. Essa era a hora em que o Sol nos deixaria para brilhar para outras pessoas, em outros lugares. Mesmo sabendo que ele voltaria logo, aquilo era uma despedida e depois de um dia inteiro achando "natural demais" o ter brilhando sobre nós, agora percebia a importância que ele tivera nas horas em que esteve ali. Tal como o Sol naquele momento, pensei em tantas as vezes que percebi a importância de algo apenas quando ela já estava partindo e quase chorei.
   Fechei os olhos por um instante e ouvi alguém dizer baixinho ao pé do meu ouvido: "Eu te amo muito." Senti um misto de felicidade e dor, tristeza inevitável. Retribui as palavras, exteriorizando o amor que eu também sentia e apertei, apertei com força aquele alguém que fazia eu me sentir assim, viva. "Obrigada por isso." eu disse baixinho. Então ouvi palmas, o público aplaudindo ao fim daquele espetáculo, o Sol se foi. Eu estava indo junto com ele, mas assim como o Sol eu voltaria também, logo.
domingo, 16 de setembro de 2012 0 comentários

Eu prometo...

  Infelizmente não prometo que nunca vou te magoar. Não prometo que nunca vou ser a primeira a iniciar uma discussão. Não te prometo que vou estar sendo dentro de suas expectativas. Na verdade, eu não posso te prometer tudo o que eu queria, posso prometer apenas o suficiente, só o que posso cumprir. Só posso te prometer o que sei que pode te fazer feliz.

  Prometo ser chão sob seus pés, paredes para te apoiar. Não serei teto para lhe impedir de ver as estrelas. Prometo ser janela com vista para o horizonte, sem grades, para não lhe prender. Prometo ser porta aberta, sem trancas ou cadeados; Não serei muro, pois muro separa e eu quero ser o que te une.
  Prometo ser lençol bagunçado, café na cama, retrato bonito na estante. Prometo ser bilhete fofo na geladeira, seu prato preferido, sua camisa feita de vestido, beijo de boa noite e declaração de amor.
  Prometo ser riso sem motivo, abraço apertado, ombro amigo, cheiro de perfume no travesseiro e banho a dois. Prometo ser beijo na chuva, viagem sem destino, ficar horas olhando o céu estrelado.

  Prometo ser seu começo e meio, mas nunca quero ser o seu fim. Quero ser o Yang do seu Yin. Prometo ser calmaria na turbulência, mãos ao redor do seu corpo para dormir.

  Prometo cuidar de você, te fazer sorrir, dar o melhor de mim.
  Prometo te amar.
terça-feira, 31 de julho de 2012 0 comentários

The Sound Of Silence


    O silêncio cresce como câncer. Me calei.
   (...) Senti o aperto de dois nós, um na garganta e um no coração. Me perdi em mim mesma. Fui escrever. É mais fácil para mim escrever quando me perco, me encontro melhor em meio a palavras.
 "Hello darkness, my old friend. I've come to talk with you again..." são os versos que vagam emaranhados entre meus pensamentos confusos e distantes enquanto eu procuro as melhores frases na minha bagunça sentimental.
  Deitada, abraço o caderno de folhas rabiscadas com versos vagos, incomplementáveis se postos juntos. As palavras que faziam todo sentido antes de eu pegar a caneta agora já não fazem sentido algum e eu odeio quando isso acontece, confesso. É como se eu não soubesse usar a minha válvula de escape... Impotência. Impotência diante de mim mesma, perda de controle próprio, confusão.
  Vou dormir. Odeio não conseguir dormir, odeio fechar os olhos e não conseguir pegar no sono. Impotência de novo. Fico parada, olhando o teto e suas formas sombrias que se mostram durante a madrugada, seria assustador se eu pudesse me concentrar nisso, mas não, fico inerte e sem montar qualquer tipo de pensamento linear. Ouço o som tocar, o som do silêncio.
  Ninguém ousou perturbar o som do silêncio.

terça-feira, 3 de julho de 2012 0 comentários

Figuras de Linguagem do Amor



Toc-toc. Eis que alguém bate à porta de meu coração.
Quem seria a uma hora dessas? Num clima desses? Seria alguém procurando abrigo?
O céu está apagado, cinza, triste, morto. Tudo parece triste.
Quem seria a essa hora?

Abri para alguém, alguém frágil apesar de aparentar certa força.
Alguém fortemente frágil, se é que isso é possível.
Tinha olhos grandes, negros e brilhantes, lindos olhos.
Deixei entrar. Abrigo, lhe ofereci.

E aquele alguém que até então era desconhecido, íntimo se tornou.
E meu coração que estava vazio tal como um palco de teatro quando a peça termina,
Agora tinha um espetáculo novo em cartaz.
Coração sortudo.

Boom! Foi como uma explosão e saiu de mim, o coração.
Agora colorido com cores cintilantes que cintilavam sem parar.
E até o céu que estava triste também pôs-se a cintilar. Colorido.
Doce aroma de sua voz.

Sinestesia. Meus sentidos confusos. Tato, olfato, paladar, todos juntos, embaralhados.
Antítese de amor. Dor de amor que não dói. Choro de felicidade.
Eufemismo. Não, o amor não é eufêmico. Amor é hipérbole, sempre.
Estou morrendo de amor.

Bang! Bang! Me acertou em cheio. Me acrescentou, me completou, me dominou.
Coração não consegue parar de sorrir, de orelha a orelha.
E agora bebe no mínimo um copo de amor por dia, cheio.
Coração habitado.

Figuras de amor. Amor seu.
sexta-feira, 29 de junho de 2012 2 comentários

455 dias até aqui.


   E de repente, eu estava em casa. Eu sentia que ali era o meu lugar e que eu finalmente havia me encontrado. Nenhum outro lugar no mundo havia me acolhido tão bem quanto aquele. E não, não estou falando do lugar em si, estou falando das pessoas que faziam parte dele. Falo das coisas que aprendi, das dificuldades que superei, das experiências que tive e das risadas que dei. Mas falo, principalmente, das pessoas que aprendi a amar e respeitar independentemente de qualquer coisa.
   Já andei por alguns caminhos, gostei de algumas pessoas, sorri para outras e cresci muito. Já vi coisas incríveis, já vivi dias inesquecíveis mas o que aconteceu enquanto eu estava LÁ foi único. Cada gargalhada, cada abraço, cada amigo que fiz... Tudo vai ficar guardado em mim, marcado para sempre tal como uma tatuagem, porque agora chegou a hora...
   É, o tempo passou e agora devemos seguir caminhos diferentes, vamos viver coisas diferentes. Eu vou, mas vou com o coração apertado, um nó na garganta, uma imensa vontade de chorar e já sentindo saudade. Eu vou... Mas vou com a certeza de que sempre vou ter em mim um pouco de LÁ, um pouco DELES. Não, não estou vendo isso como fim e sim como um outro começo. E quanto a ELES, sei que os verei menos, sei que talvez eu nunca mais encontre alguns mas também sei que eles sempre serão um pedaço meu porque eles, bem, eles foram a minha família.
domingo, 24 de junho de 2012 1 comentários

Carta Aberta À Sociedade


   Resolvi divulgar o que você lerá agora por pura vontade de expressar minha opinião. Como a mim foi concedido o poder da escrita, eu farei por este meio. Este texto que agora chamo de carta é resultado de tudo que acredito, de todos os ideais que formei durante meus poucos anos de vida. Primeiramente tenho algumas perguntas a fazer: Quem é você? Como você se identifica? No que você acredita? Você é branco ou negro? Pobre ou rico? Ateu ou cristão? Você é preconceituoso ou não? QUEM É VOCÊ?
   Somos basicamente resultado de muitos fatores, sejam eles culturais, econômicos, sociais ou outros e é justamente aí que eu queria chegar. O que faz as pessoas pensarem que cada fator desse nos torna melhor ou pior que o outro? O que te faz pensar que você, pessoa rica e bem sucedida, é melhor que o gari que limpa sua rua? E você, evangélico e servo de Deus, você realmente pensa que é melhor que o seu irmão ateu? O que leva uma pessoa a criar tais barreiras em relação ao outro? A cultura? Ou isso tudo é pura obra da ignorância?
   Minha carta é destinada à essa sociedade que julga e segrega pessoas baseando-se nas suas preferências, classe social, grau de escolaridade, cor de pele, religião, aparência... Minha carta é destinada à hipocrisia, à ignorância e à intolerância. Ela vai para o pai que acha um absurdo a filha amar uma outra garota mas, que sempre adorou ver duas mulheres se beijando. Vai para a mãe que a-do-ra aquele gay da novela das 9, mas que não suportaria a ideia de ter um filho namorando outro rapaz. Quanta hipocrisia, não? Esta carta vai para quem acha que todo ateu é "perdido". Vai para a loirinha que diz não suportar negros mas mora num país como o Brasil, resultado de uma grande mistura de cores e culturas. Carta que também vai para você, que independente de qualquer fator é IGUAL a mim. Porque você, assim como eu, é um ser humano e só, que precisa ser respeitado, mas que para isso também precisa aprender a respeitar.
   Penso que, talvez a sociedade para a qual dedico esta carta não esteja pronta para gente como eu, que se contenta em ver as pessoas apenas como PESSOAS. Você é judeu? Ok, para mim você é um ser humano, tal como eu. É cigano? Gosta de funk? Não sabe ler e nem escrever? Ser humano, ser humano e ser humano, apenas. A ignorância me irrita, a intolerância me enoja e o preconceito me mata, porque eu simplesmente não sei ser condizente com certas coisas. E é justamente por isso que escrevi isto aqui, para mostrar que enquanto de um lado alguns apontam o dedo, de outro pessoas se sentem mal, se excluem e às vezes, até se matam... A verdade é essa. Nessa busca por aceitação, nesse julgamento constante, alguns perecem e eu não sei vocês, mas para mim isso é inaceitável.

   Então, querida sociedade, creio que o mínimo que pode fazer é respeitar o seu semelhante. E sei  também que posso parecer utópica demais, mas acredito ainda há tempo de se colocar no lugar do outro, de se policiar para não ser estúpido e de ver as pessoas por trás dos rótulos. Venho apenas reivindicar o direito que as pessoas devem ter de serem elas mesmas, será que é pedir muito? Ah, e sociedade, quero que saiba que eu estarei aqui, fazendo a minha parte e esperando que você faça a sua.
   Aguardarei ansiosamente por resultados positivos.
segunda-feira, 18 de junho de 2012 0 comentários

Happiness hit her.

                                             "The dog days are over, the dog days are done."

    Estou tão feliz que quero que todo mundo saiba. Me sinto bem, não só com o mundo, mas comigo mesma e essa é uma grande conquista. Há muito tempo eu não me via assim, tão leve, livre, solta e em paz de espiríto. A paz de espírito é a minha maior vitória, eu diria, pois não há sentimento melhor. Tenho me libertado de minhas inseguranças mais íntimas, de meus medos mais banais (mas que ainda assim me atormentavam). Me sinto tão eu mesma que tenho tido medo de me afogar na essência do meu ser, de me afundar na imensidão que sou e que eu sequer conhecia.
    A felicidade me acertou em cheio, veio com tudo e eu fui pega, não pude evitar e nem queria. E eu que me via sem algo para me agarrar, em seguida me percebi com o mundo inteiro nas mãos. Nada faz tão bem quanto isso, nada preenche tanto a alma. Hoje eu posso dizer com todas as palavras que estou verdadeiramente feliz e esse sentimento é o melhor que existe.
terça-feira, 12 de junho de 2012 0 comentários

Desire.




   Tenho desejado demais. Tenho sido preenchida por um desejo constante, insaciável. Desejo seus olhos estacionados nos meus, desejo suas mãos afagando as minhas, seus lábios amaciando meus lábios. Desejo seu coração batendo no mesmo ritmo que o meu, desejo seu sorriso formando o meu sorriso. Desejo dias de sol na areia da praia, dias de frio debaixo do cobertor, vento no rosto e flores no cabelo. Desejo momentos inesquecíveis, madrugadas intermináveis e alegria infinita. Desejo rosto com rosto, abraço apertado, beijo roubado, noite de paixão.
   Desejo você. Desejo nós. Aqui. Agora. Depois. Sempre. O tempo todo. Sem parar.

sábado, 9 de junho de 2012 2 comentários

Titanium


"You shoot me down but I won't fall, I am titanium."

    Quem nunca se sentiu fraco pelo menos uma vez na vida? Quem nunca achou que não conseguiria dar a volta por cima? Pois é, eu já. Mas é engraçado como certas coisas te fazem encarar a vida de uma outra forma e te permitem até enxergar por ângulos diferentes dos habituais. Posso dizer que me sinto estranha, mas não de um jeito ruim, muito pelo contrário e, não acho que eu consiga explicar como funciona isso, mas posso dizer que é bom. Me sinto bem, tão bem que chega a sufocar e é como se centenas de fogos de artifício me preenchessem e estivessem prontos para sair, explodir pelo céu.
    Já fui boba, já me permiti ser enganada, já sofri, já chorei, já senti dor... Mas quer saber? Acho que finalmente chegou a minha hora de ser feliz e fazer as coisas boas acontecerem. Porque eu me levantei, saí do estado em que me encontrava e descobri que sou forte, que nada pode me parar. Eu sou de titânio, sou porque quero ser, porque posso ser. Porque sou resistente o bastante para me classificar assim, porque já caí o bastante para saber que sempre vou poder me reerguer.
    Tenho me sentido incrivelmente poderosa e radiante. Sim, eu estou radiante, radiando. É como se eu pudesse tudo, como se nada pudesse me parar, nada pudesse me machucar ou me atingir. E se você atirar, eu não vou cair porque eu sou de titânio.

domingo, 3 de junho de 2012 1 comentários

Insomnia. Sedative. Nightmare.

                            "Hello darkness, my old friend. I've come to talk with you again."


     Sinto dor. Não sei de onde ela vem, não sei onde dói mais. Tudo dói. Minhas lágrimas são ácidas e escorrem pelo rosto corroendo toda a pele, também sinto frio e um pouco de falta de ar. Não consigo me situar, nada aqui me parece familiar. Tudo que conheço é essa sensação sufocante, já a senti antes e não foi uma só vez. Tento apalpar coisas, me agarrar a algo e me firmar, mas não encontro nada seguro o suficiente aqui e estou sozinha, pelo visto. "Que droga!" é tudo que consigo dizer e pensar... Q-U-E D-R-O-G-A! Como eu vim parar nessa escuridão? E por que não consigo respirar direito? Por que meu peito dói e se mexe pouco, como se eu tivesse um bloco de concreto sobre o corpo? Que droga, não? Quero sair.
     Não consigo evitar o choro e queria parecer forte sempre, mas não. Eu não sei fingir nada direito, ou eu estou bem ou eu não estou, e se eu estiver fingindo qualquer um percebe. E que diferença faz? Não tem ninguém aqui mesmo, ninguém verá as minhas lágrimas, então não tenho com o que me preocupar. É escuro demais aqui, estou com medo e tudo que desejo é ver uma luz, qualquer luz e vinda de qualquer lugar, só preciso de algo pra iluminar. Preciso saber onde estou e com o que estou lidando.
    Fecho os olhos. Meu corpo pesa tanto que mal consigo mexer os braços e não sinto meus dedos. Outra lágrima percorre meu rosto e essa corroeu bem mais que as outras, eu senti. Que dor! Me imagino fazendo algo que gosto e então uma música começa a tocar dentro da minha cabeça. É, eu gosto dessa, só que ela é triste demais... Mas tudo bem, porque combina com a ocasião. Canto baixinho, quase aos sussurros.
    (...) Paro de lutar contra a escuridão porque agora eu me tornei parte dela.

Trilha: http://acarolpensou.blogspot.com.br/p/playlist.html
sexta-feira, 1 de junho de 2012 0 comentários

Controverso?


   
       Ela enxergou mas não viu. Ela escutou mas não ouviu. Ela se deu mas não se entregou. Ela leu mas não aprendeu. Ela estava presente mas não estava lá. Ela pensou mas não refletiu. Ela repousou mas não descansou. Ela se segurou mas não se agarrou. Ela gostou mas não amou. Ela existiu mas não viveu. Ela sorriu... Mas não estava feliz.
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Please, don't go away.



   Hoje eu estava pensando... Dizem que a gente só vê que gosta de alguém quando percebemos o medo que sentimos de perdê-la. Já senti isso algumas vezes, ainda sinto e provavelmente sempre irei sentir. Isso porque sempre estou gostando de alguém, de um jeito ou de outro, mesmo como amigo.
   Tenho muito medo de perder pessoas, medo incondicional e não estou exagerando. Por quê? Porque acho que já perdi bastante gente e pior, cada uma delas levou um pedaço de mim quando se foi. Então a cada pessoa que se vai da minha vida, algo meu vai junto e eu tenho medo de perder mais pedaços.
   A minha vontade é de dizer - "Oi, sei que pode parecer muito estranho, mas me sinto bem contigo e gosto de você. Então, por favor, não tire mais nada de mim. Pode ser?" - para cada pessoa que cativa algo em mim. Eu sei, isso assustaria muita gente e sei, sou meio insegura. Afinal, pra manter as borboletas é só cuidar do jardim, não é? E você pode dizer: "Pare de bobeira, quem gostar mesmo de ti nunca te deixará na mão." Só que disso eu não tenho tanta certeza, pois acho a estrada da vida tortuosa demais e, nessas condições nem sempre conseguimos ser firmes ao volante. Mas talvez eu esteja sendo apenas um pouco pessimista, mas acredite, tenho meus motivos.
   EU NÃO QUERO PERDER MAIS, EU QUERO GANHAR. Mas quão egoísta isso parece? Já vi muita gente se desfazer como poeira, já quis chorar por me sentir sozinha várias vezes. Mas não quero ser mais essa garota insegura, mas pra isso, eu preciso da segurança de alguém. Droga, perdi minhas palavras. Meu pensamento foi interrompido, não consigo mais dar continuidade a isso...
 


 Gosto de você. Por favor, não leve outro pedaço de mim.
quarta-feira, 30 de maio de 2012 1 comentários

"Anna" E O Mar


   Tenho uma paixão estranha pelo mar. E levando em consideração as pouquíssimas vezes em que me mantive em contato com ele, acho que me apaixonei rápido demais. Sentada na areia, respirando fundo e olhando uma das paisagens mais lindas que já vi na vida. O mar é realmente encantador, confortante, acolhedor. Hipnotizante, diria eu.
   Noite passada sonhei com ele de novo. Na verdade, sempre tenho sonhos com o mar, sonhos lindos. Mas o da noite passada superou todos os outros porque você estava nele. Os raios de sol me tocavam ao mesmo tempo que a brisa alcançava meu corpo e o choque de ambas as coisas me proporcionava uma sensação tão gostosa que me deixava em êxtase total. Me levantei, senti meus pés firmes na areia, os grãos entre os dedos, o cabelo voando no rosto e as bordas do vestido chicoteando levemente minhas coxas. Olhei para trás e te vi vindo em minha direção, tão graciosamente que os pés que antes estavam firmes passaram a flutuar, e me vi indo ao seu encontro mesmo com as pernas bambas, saltitantes sobre a areia e depois, um abraço apertado.
   Melhor do que se sentir acolhida pelo mar é estar acolhida entre os braços de alguém que você gosta. E seus braços me envolviam com tanto carinho que me entreguei, me desfaleci no calor do seu corpo. Você me deu um beijo doce, me olhou nos olhos e sorriu pra mim. Nos sentamos para olhar o mar. Juntos! E ele que já era encantador, se tornou mais ainda com você dizendo baixinho em meu ouvido: "Anna, Anna... Por que gostas tanto do mar?" Respondi por impulso: "Gostava do mar porque o achava muito acolhedor, mas isso foi antes. Hoje gosto ainda mais, mas é porque ele faz eu me imaginar perto de você."
   Sonho bom é sonho que te faz "viver" e "ter" o que você tem vontade. E eu... Bem, eu só tenho tido vontade de você.
domingo, 27 de maio de 2012 0 comentários

SHAKE IT OUT!


 "Be my friend, hold me. Wrap me up, unfold me. I am small, I'm needy. Warm me up... And breathe me."


    Eu tenho a chata e quase irritante necessidade de carinho e afeto. Ok, todo mundo necessita de carinho e afeto, mas eu não gostaria de precisar tanto. Eu sou dependente. Tenho tal necessidade porque sou carente e por vezes, muito medrosa também. Talvez (quase com certeza) milhares de pequenas situações tenham me construído assim... O que me faz lembrar de algo que um amigo me disse certa vez e era algo tipo: "Quem somos, o que fazemos e o que queremos são apenas resultados de tudo o que já vivenciamos. Nossa consciência "digere" essas informações e retorna o que consegue captar e reaproveitar de alguma forma para nossa personalidade. Para que façamos uso em algum momento." E às vezes, até coisas que não tiveram tanta importância aos nossos olhos ficam presas na nossa mente, mesmo sem a gente perceber. Enfim... sou medrosa e carente por N motivos. Fim.
    Quantas e quantas foram as vezes em que ao invés de enfrentar meus problemas, eu corri pra algum lugar? Quantas e quantas vezes eu escolhi a opção mais fácil e não a outra? Quantas vezes eu fui covarde? (...) Devo chamar de covardia? Não, acho que não; Afinal, eu não deixei de encarar tudo por não o querer fazer mas por, na verdade, não saber COMO o fazer.
    Mas sinto que agora não tem mais jeito, não posso mais fugir de nada e também não quero ir mais pra baixo da asa de alguém. Ou luto contra meus "problemas" ou eles me afugentam pra sempre. Já descartei a segunda opção, aliás. Então eu vou,  vou ser forte, vou brigar, vou me manter firme e me impor, de cabeça erguida. Porque, como já diz Florence Welch:
"É difícil dançar com um demônio nas costas. Então sacuda-o!"

E eu o sacudirei, tirarei todos os "demônios" de minhas costas para dançar em paz por aí.

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Bailarina


                       "Astronauta, diz pra mim: Cade você? Bailarina não consegue mais viver."



   Como uma bailarina, com pés sempre no chão mas a cabeça lá no alto, vendo o que o mundo inteiro não queria ver. Os pés sustentavam, impediam de cair, davão firmeza e segurança mas ao mesmo tempo impediam de voar. Mas um dia eu me esqueci que tinha pés e descobri que eu não precisava estar sempre vendo tudo de baixo... E voei. Descobri também que na verdade eu sempre pude voar, mas me fizeram acreditar que não, para que eu não fugisse para lugar algum. Os pés estavam ali e eu devia decidir se os usaria para me firmar ao chão ou para me impulsionar em direção ao céu. 
   Tenho que dizer, ver o mundo de cima é incrível. É gostoso flutuar livremente por aí, sem preocupações, leve e livre como um passarinho. Aliás, deve ser por isso que um passarinho que é pego diretamente da natureza para viver em cativeiro geralmente morre ou fica tristonho demais; É porque ele já sentiu essa gostosa sensação de ter o mundo todo para si, para ser explorado por ele como bem entender. O passarinho morre de desgosto por saber que provavelmente nunca mais se sentirá daquele jeito novamente. Afinal de contas, o que é uma gaiola comparada a um céu inteiro?
   E esse é o problema de se voar uma vez: A vontade que dá depois de nunca mais querer voltar ao chão, pois ele é sem graça demais se comparado ao que se tem lá em cima. Pois, bom mesmo é ser passarinho livre.
  Voei quando te encontrei. E não, não quero voltar pro chão.
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                                "É deserto onde eu te encontrei, você me viu passar correndo só."



    Tudo mudou quando você apareceu, surgindo no deserto em que eu me encontrava e me levando de volta pra casa. Eu estava perdida, sozinha e não pensei que isso poderia mudar tão cedo mas, de repente, eis que aparece uma luz para me guiar. A luz era você.
quinta-feira, 24 de maio de 2012 4 comentários

O que eu ganho, o que eu perco


                                             "Now you're just somebody that I used to know."


    A cruel verdade é que o tempo passa e com ele passam algumas coisas. Paixões, dores, medos, anseios, sorrisos e lágrimas, nada é imutável, nada é eterno. E quem era seu amigo, hoje pode não trocar uma palavra sequer com você. E aquela "inimiga" dos tempos de escola, você se lembra? Hoje ela te ouve quando você precisa desabafar. E por que? Porque as pessoas mudam, as situações mudam e os sentimentos também. Lembra daquele namorado que você prometeu amar pra sempre e que hoje nem conversa mais com você? Então, ele também faz parte da teoria de que as coisas mudam SEMPRE, ou pra bem ou pra mal.
   Mas quando algo sai de sua vida, algo vem, é sempre assim. Então é como se, na verdade, tudo fosse aos poucos substituído num ciclo eterno da vida. Se seu amor vai embora, outro amor vem. Claro que, às vezes nós - como bobas pessoas que somos - não conseguimos enxergar o que vem pra substituir porque ainda estamos focados no que já foi e é essa a parte ruim da substituição: nem sempre queremos a "troca". E por que? Porque simplesmente não conseguimos esperar/imaginar que algo completamente novo possa ser melhor do que o que já conhecemos. O velho medo da mudança atacando de novo.
    Às vezes é preciso esquecer o que passou, deixar o novo te envolver. Toda história precisa de um começo, não é verdade? E nenhum novo começo de história deve ser ofuscado pelo fim de outra. Se permita estar livre do que passou e sorria quando o novo vier.

"E se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer."
quarta-feira, 23 de maio de 2012 0 comentários

Ops, aconteceu!



                                               Chegou assim, do nada e tomou conta de tudo.

 
E onde havia silêncio, agora ouço doces risadas, inocentes e despreocupadas, tais como risadas de crianças. E onde havia dor, agora não dói mais. E no rosto onde antes escorriam lágrimas de profunda tristeza e desencanto, agora se forma um grande e sincero sorriso. Foi como se num dia, de repente,  aparecessem pequenos botões de rosa naquela velha roseira já murcha. E onde haviam pontos de interrogação, agora existem exclamações.
  Mas o que aconteceu no meio do caminho? Aconteceu tão rápido e de uma forma tão intensa que quase não me aguentei sobre meus pés. O que é isso? Por que eu estou sentindo isso? Como? Ai, que droga! (...) Acho que aconteceu de novo. O estômago que insiste em embrulhar o tempo todo, as mãos que de tão geladas chegam a doer, o coração disparado, o medo de errar e a vontade fazer dar tudo certo. Os olhos cintilam, os lábios tanto teimam em estar sorrindo a todo momento que chega a formigar as maçãs do rosto e a atenção... A atenção fica lá longe.
  E o que eu vou fazer com isso tudo? E se der errado? E se eu me machucar? E se eu amar? E se...? E SE? "Se" é para justificar o seu medo de feliz? "Se" é para dizer o quanto quer algo mas ainda não tem certeza do quão longe pode ir para conseguí-lo? (...) Vou esquecer o "SE", só pra ser feliz. Vou me jogar daqui e ficar na esperança de que haverá alguém lá embaixo pra me segurar.
 
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